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quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Pop Rock Brasil - Domingo

No aniversário de 25 anos do maior festival de pop rock brasileiro, muitas coisas aconteceram. Primeiro que apesar de ser dos festivais mais antigos do país, há muito tempo já deixou de ser o maior. Mesmo incluindo artistas internacionais como head-liners, o Pop Rock Brasil não encanta mais como fazia até 2003, 2004. Alguns até falam bem da edição de 2006, quando New Order e Black Eyed Peas se apresentaram, mas a organizadora do evento manteve o nível? Não. E assim como o público, as coisas só foram piorando.

Segundo fato foi a troca do local do show. Mineiro é acomodado. Ao mesmo tempo que conseguem ser o melhor público, são os mais abomináveis. Mover o tradicional Pop Rock Brasil do Mineirão para o novo Pop Rock Brasil no Mega Space em Santa Luzia, não foi a coisa mais esperta que fizeram. Por mais que alguns tenham aceitado bem a mudança, a maioria chiou. Não foram e exigem que o evento seja sempre em um estádio de futebol. Nem mesmo atrações de peso como Maroon 5 e Offspring conseguiram a atenção da galera, que só tem NX Zero, Fresno e Charlie Brown Jr na cabeça. Sabado estava bem vazio em comparação com o segundo dia, prova que "Pretty a Fly For a White Guy" e "Hit That" são mais conhecidas e amadas que o pop funk de Adam Levigne e companhia.

Terceiro motivo, sem dúvidas, foi o preço caro dos ingressos. Pagar R$ 40 na meia entrada na pista é até razoável, se não houvessem as outras áreas VIP e Camarotes, custando no mínimo, o dobro do valor. No mesmo fim de semana do Pop Rock rolou o Planeta Terra em São Paulo. Atrações modernas como Kaiser Chiefs, Bloc Party, Spoon e super bandas como Jesus and Mary Chain, Offspring e Breeders. Tudo isso por r$80 no ÚLTIMO lote (o primeiro custou apenas r$40) e uma estrutura de outro mundo, como podem conferir nos posts anteriores do Não Gosto de Chico. O Mega Space é território novo para o Pop Rock e a 98FM pode usar bem o espaço, mas duvido que chegue perto do que foi visto no Planeta Terra ou até mesmo na edição 2006 do evento. Poucos banheiros também foram bem inconvenientes. Mas pelo menos, não estavam cobrando absurdos no bar. Apesar de ainda haver super-faturamento... A produção tem que prestar atenção em tudo, um evento anual não pode ter tantas falhas.

Quarto motivo e principal problema do Pop Rock Brasil: a falta de público. Porque quem aceita ir num evento que se diz de rock e tem que usar ABADÁ para entrar na pista vip, não é público. Nunca. Tudo bem que na entrada do Mega Space tem um cartaz dizendo: "Aviso ao Folião". O clima era todo de axé. Absolutamente NADA a ver com a galera que curte rock em outros estados. A quantidade de marmanjo bombado sem camisa que ficava agindo como se estivesse no Axé Brasil, foi incrível! Não acompanhava shows populares em Bh há muito tempo e me assustei com a mudança drástica no comportamento das pessoas. Quem foi que iria imaginar que o Pop Rcok Brasil iria se transformar em micareta? Não duvido nada que no próximo ano, eles unam o Axé Brasil e façam como em Salvador, que tem o Festival de Verão. Talvez seja mais rentável para os bolsos da DM Produções e da rádio, que até tempo atrás tocava Ivete Sangalo em sua programação (não estou questionando a artista, que admiro muito, mas sim a história da rádio "animal" que tocava apenas o melhor do rock... da DM não dá para falar nada, já que eles são mestres no Axé e conseguiram, não sei como, atrair o público deles para o Pop Rock). Não tinha tanto "mano" como na edição de 2006 do festival, organizada pela rival Mix FM. Pelo menos nesse ponto, o preço alto serve para alguma coisa. Mas foram altos os índices de roubos e agressões.

O som do evento estava muito bom. Acompanhei a apresentação dos santistas do Charlie Brown Jr, que me surpreenderam ao apresentar um repertório bem familiar (não acompanho a banda desde a saída dos integrantes originais, se bem que considerando que o Thiago Castanho está na banda, o filho do Chico Gomes é um baixista com as mesmas atitudes do Champignon e o baterista chega quase perto do nível do Pelado, é a mesma banda.). Mais surpreendente ainda foi a presença de Noodles (guitarrista do Offspring) no backstage, acompanhando o show da banda que há 10 anos abria os shows naquela turnê. Chorão fala e o público reage. Pula. Grita. Bate palma. E até tira a camisa e começa a rodar. Verdadeiro espetáculo daquela que já foi a maior banda de rock nacional dos anos 90.

Logo depois foi a vez do Capital Inicial subir ao palco com um novo (uau) show. O Dinho Ouro-Preto é carismático, sem dúvidas, mas é chato na mesma proporção. O Capital é uma banda histórica e que tem milhares de fãs. Tanto que realizaram um feito inédito (e que não tive a chance de conferir ainda) que foi o DVD Ao Vivo na Esplanada. Eles podem ser fodas, mas cansam. Ele tenta ser legal demais, o tempo todo e é a pessoa que mais repete a palavra "cara" por milésimos de segundo. Como não podia deixar de ser, conquistaram (facilmente) a maioria dos presentes. O detalhe do lança-chamas no palco foi interessante, mostrou que o Capital ainda esquenta a galera com as músicas de 20 anos atrás...

A atração principal da noite, os californianos do Offspring, demoraram um pouco para subir ao palco. Havia uma grande concentração de pessoas se esmagando na grade (houve até caso de uma garota que além de ser apertada na grade, levou porrada de um segurança contratado) e a produção pediu para a galera recuar alguns passos para trás. Normal. Mas parecia que só tinha surdo lá na frente e ninguém moveu um pé, o que obrigou o cara da produção a soltar a peróla: "Por favor, não animem muito e divirtam-se sem agitar!" para um público que estava prestes a conferir o Offspring. Banda de punk rock. Me pergunto se essa pessoa sabe um pouco sobre a banda...

Com um som BEM melhor que a apresentação do dia anterior no Planeta Terra, o Offspring fez o mesmo show e mostrou que a maturidade só fez bem. Canções antigas como "Come Out and Play" e "Staring at the Sun" empolgaram os fãs, enquanto "Pretty a Fly" , "Hit That" e "Why Don't You Get a Job?" fizeram a alegria do público de axé que estava presente. No meio do show, Noodles elogiou os "moleques" do CBJR e provou que uma banda norte-americana pode ser bem humilde quando quer. Nunca vi nada parecido na música. Só podia ter vindo do Offspring mesmo, uma das bandas que a maioria da geração coca-cola cresceu ouvindo e tem lugar reservado no coração. Por eles, encarar aquele tanto de gente sem graça, valeu a pena! Que 2009 seja mais generoso com Belo Horizonte... tá precisando, viu!

Gonna Way


You're Gonna Go Far, Kid


Confira mais vídeos aqui, no perfil da Patty! Valeu demais, moça!

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por Tullio Dias, às 11:11


5 comentários:
Anonymous Anônimo disse...

É Falou tudo que devia ser falado!
Bh Precisa se ajustar para grandes shows, e a DM não pode estar por trás do POP ROCK BRASIL ou qualquer outro evento do genero.

13 de novembro de 2008 às 09:42  



Blogger Paty disse...

Falou tudo 2T!
E o detalhe do lança chamas tinha que ser pro Offspring! --'

Espero que a banda volte p/ BH! :~

xx

13 de novembro de 2008 às 09:54  



Anonymous Anônimo disse...

É Dificil uma banda voltar em BH depois de vir a primeira vez... o público não recpciona da maneira adequada... digamos assim!!!

13 de novembro de 2008 às 10:18  



Blogger Paty disse...

mas aí já é a culpa do pessoal da organização Pop Rock... :/
só se um dia aparecer algum produtor mineiro estiver afim de trazer a banda de volta, fazer uma puta divulgação e que o local seja dentro de Belo Horizonte (y)

é, bandas gringas quase não vem pra cá, mas pelo menos o Offspring veio, né? considero isso um milagre x)

13 de novembro de 2008 às 14:52  



Anonymous Anônimo disse...

"Que 2009 seja mais generoso com Belo Horizonte".. Exatamente, com BELO HORIZONTE e não com SANTA LUZIA!

Offspring são "os caras" não tem jeito. Não falaram com a imprensa, não subiram ao palco enquanto não arrumaram a grade e só deixaram filmar uma música e fotografar 3. Isso sim é artista, pra mim! huahuahuau Eu enlouqueci com eles. Onde eu tava, com meu ABADÁ amarrado na cintura, tinham meia dúzia de fãs que sabiam as músicas! Uma evolução e tanto.

Você chegou depois das bandas de abertura? Sorte sua! Como o Pop Rock Brasil pode ter chegado a esse ponto. Eu era uma das pessoas mais velhas do recinto. ME-DO-NHO!

rs.

20 de novembro de 2008 às 06:52  



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