segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Abriu a cidade da alegria
Publicado em abril no Music Life
Abril em Belo Horizonte é sinônimo de repetição de algumas das "fórmulas do sucesso". Já foram 11 edições do maior evento musical da capital mineira e a previsão é de que a DM Produções consiga cada vez mais sucesso e segurança ao desenvolver seus projetos do Axé Brasil. Afinal foram mais de 120 mil pessoas reunidas nos dias 3 e 4 lá no estádio do Mineirão (o que invocou os torcedores do futebol mineiro e os treinadores do Galo e Cruzeiro).
Não deixa de ser engraçado imaginar que os torcedores, grande parte pode ser considerada como assídua do Axé Brasil, possam ter ficado bravos com a ideia do festival atrapalhar os planos de conferir os jogos de seu time favorito. Será que não cogitaram uma sessão dupla no dia? Agarrar um monte de menininhas indefesas (?) e partir para o campo junto de outros marmanjos, seria uma excelente realização para apenas um dia. Imaginem só? Contar vantagem de quem pegou mais no pouco tempo de Axé e ainda comemorar a vitória do time? Uau!
O Axé Brasil se preza por sua diversão e atrativos musicais. O mote da última edição era "Belo Horizonte, cidade da alegria" mas deveria se chamar "Belo Horizonte, a capital da pegação". Famoso por suas histórias de meninos gorilas (aqueles bombados, sabe?) que cercam meninas indefesas (??) que são obrigadas a salivar com toda a tribo, o Axé Brasil 2009 conseguiu um recorde. Durante a apresentação da simpática Claudia Leite na primeira noite do evento, a cantora convocou todos os foliões a se beijarem e acabaram registrando a histórica marca de 8.730 beijos SIMULTÂNEOS. O "acontecimento" foi devidamente registrado e documentado para ser enviado para o Guines Book, com a intenção de superar o recorde anterior que pertencia a Bósnia em 2007. Será que conseguiram contar os amassos que rolaram nos banheiros quimicos ou outros cantos escuros?
Abril deveria ser um mês de ressaca pós Radiohead. Luto pelos 15 anos da morte de Kurt Cobain. Mas não em Belo Horizonte, a cidade da alegria. Aqui nós comemoramos a futilidade, a iteração da falta de identidade, um completo vazio existencial. Um rombo cultural. O prefeito Márcio Lacerda não está errado ao afirmar que o Axé é importante para o turismo da capital, é um evento que movimenta milhões e milhões de reais, mas até quando vamos ter que nos contentar em falar que BH é a segunda capital do Axé no Brasil? Acorda, BH!!!!!!!