Tenho o MTV AO VIVO da banda que me incentivou a sair de casa em 2002 e ir para o meu primeiro show de rock. Devo dizer que foi em grande estilo, na época o POP ROCK BRASIL era um puta evento e ter um debut num evento desses é realmente interessante. Todo aquele clima, a chuva, os adolescentes chapados se achando os fodões, a polícia descendo o pau (literalmente) nos meliantes da fila, a essência do Bob Marley no ar, foi tudo muito atrativo. Tive que ver os shows de várias bandas, entre elas o Charlie Brown Jr (na época eles estavam no auge), até que o CPM22 entrasse no palco para encerrar a noite.

Sim! Eu saí de casa para ver o show deles. Na época, era a minha banda favorita e como as músicas eram simples (e com a referência punk), coincidiu com o começo da minha vida musical. Só tinham um cd na bagagem e lá estava o 2T, pulando e saltando feliz. Gritando enlouquecido durante a cover de “TERRITORIAL PISSINGS” do Nirvana. E foi aí que percebi pela primeira vez que usar uma camisa de uma banda, não significa que você é louco por ela. Muita gente com camisa da banda do Kurdt Covain estava lá, sem esboçar qualquer reação. Certamente, pensaram se tratar de outra cover do Ramones, mas enfim... Era o começo da carreira main-stream do CPM22 e por mais que hoje as letras soem mais infantis que nunca, eu realmente gosto.

Lançaram um segundo disco e estouraram com o hit “NÃO SEI VIVER SEM TER VOCÊ”. Acho que fui atingido pela síndrome do underground nessa época e o sucesso estrondoso me fez recuar um pouco (ou então, meus neurônios musicais resolveram buscar algo com mais de três acordes) e parei de acompanhar a banda. Depois de um tempo, trocaram de baixista (eu tinha um caso de amor e ódio com o Portoga. Tudo bem que ele era um baixista de punk-rock, mas pô... podia ter tanta coisa à mais nas linhas da banda!) e aí que fiquei sem saber nada deles. Fui num pop rock anos depois e quando vi aquela molecada (com a qual já não me identifico em nada, nem mesmo no all-star) pulando freneticamente e cantando à plenos pulmões, músicas que eu nunca ouvi, caí na real que minha fase com a banda já era. O que é uma pena, já que tenho certeza que os caras mandam super bem (ta, o Badauí não é dos melhores vocalistas/letristas do POP ROCK nacional, mas a música é um produto. Eles tem o público deles e estão na ativa até hoje. Quem sou eu para questionar alguma coisa do trabalho deles. Dá para questionar é o gosto duvidoso dos adolescentes espinhentos...) e tem excelentes referências. Acho que agora eles estão meio sumidos, com toda essa febre emocore que anda rolando (mas o CPM22 já não era emo?) e o surgimento (leia-se explosão de bandas como Fresno, Forfun, .emo e Strike) de bandas mais novas e que acabam conquistando uma grande fatia do público. Mas quem é rei não perde a majestade.

Bem, mas vamos lá. A banda é formada por Badauí (vocal), Wally e Luciano (guitarras), Fernando (baixo) e Japinha (bateria) e está na estrada desde 1995. Lançou 5 discos (inclusive, o último no ano passado e fiquei curioso em ouvir!) . Em 2006, participou do projeto MTV AO VIVO e lançou um disco recheado de canções antigas (graças à Deus!) e algumas novidades, como já é de costume em trabalhos desse tipo.

Percebe-se a influência de bandas como Blink 182, Rancid e claro, Ramones. Um bom trabalho, vou tentar ouvir mais vezes no decorrer do ano, afinal, não sou de cuspir no prato que já comi!

O destaque do álbum é a faixa “ANTEONTEM”, uma das canções mais legais que a banda tem no currículo. As mudanças no arranjo de “NÃO SEI VIVER SEM TER VOCÊ” são interessantes, mas de tanto que ela tocou, acabo não conseguindo ouvir da mesma maneira. “ATORDOADO” é outro momento alto do show, aliás é uma das melhores canções da banda. Tem inclusive a participação do vocalista da banda Dead Fish. O show é finalizado com a já clássica, “TARDE DE OUTUBRO”.

TARDE DE OUTUBRO

UM MINUTO PARA O FIM DO MUNDO

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